Sempre que chega o fim do ano me recordo da minha infância. Férias de escola, jogar futebol todos os dias, muita diversão, ah que tempo bom. Tempo? Uma palavra tão vazia e sem sentido, na verdade acredito que essa palavra nem exista no vocabulário infantil e pré-adolescente. A impressão que eu tinha é que a terra nem girava em torno dela e em torno do sol, como a professora do ginásio nos ensinava tão graciosamente na escola pública em que estudávamos, eu e meus irmãos.
Os conselhos de minha mãe sobre a vida, sobre ser alguém. E o melhor dos seus conselhos: Buscar mais a Deus. Se eu pudesse voltar atrás e seguir cada conselho, levar mais a sério as histórias bíblicas que minha mãe contava, as mensagens que meu pai pregava tão eloqüentemente e os cultos caseiros que meu pai organizava.
A razão pela qual estou escrevendo é trazer a memória o sentido de nossa existência na terra, de nossa “passagem” seria o termo mais correto, será que esquecemos aquilo que aprendemos? Ou será que nosso verdadeiro inimigo, o inimigo de nossas almas está vencendo? Será que nossa geração ficará conhecida como uma geração corrupta e capitalista que só pensa em si mesma?
Note que não estou me referindo a incrédulos, mas sim aos “supostos” evangélicos. Nossos templos estão cada vez maiores e mais confortáveis. Estamos vivendo a era da informação, a Internet é uma realidade até no subúrbio. Tem-se a bíblia digital, vários estudos bíblicos via Internet, sites e evangélicos músicas e DVDs, etc.
Ninguém hoje, pelo menos no Brasil (com algumas exceções, é claro), pode dizer que não tem acesso à palavra de Deus. Olhando para este quadro, isto é, se analisando instituições evangélicas, me pergunto e faço essa pergunta a você, caro leitor: Será que estamos investindo tanto assim em nossa verdadeira missão? Porque se é isso que está acontecendo, então estou vivendo em outro mundo.
As mensagens que ouço regularmente falam de prosperidade. Cada vez mais está surgindo ministérios específicos que evangelizam os empresários da cidade, os mendigos e desempregados que procurem outro refúgio.
Diante destes dilemas, chegamos a mais um fim de ano e começamos colocar nossos objetivos na balança para ver o que ficou pendente. O que vamos adquirir no próximo ano, enfim a lista é grande. Já não é mais surpresa minha notar que o reino de Deus fica em último plano, na zona de rebaixamento. Alguns tem a coragem de falar que tudo que adquiriram é para honra e glória do Senhor Jesus Cristo: o carro importado, a cobertura, a casa na praia, tudo é para engrandecer o nome de Jesus.
Não estou dizendo que é pecado adquirir, ou desejar viver mais confortavelmente. O problema é quando tudo isso passa a ser prioridade em nossas vidas e nos esquecemos do principal objetivo de nossa “passagem” por aqui (gosto de usar esse termo, pois lembro que não nascemos para ficar aqui na terra para sempre, não somos algum tipo de “Highlander”).
Até os incrédulos reconhecem que estamos de por aqui apenas de “passagem”, mesmo não entendendo. Como diz um refrão de uma música dos Engenheiros do Hawaii: “Somos todos estrangeiros, passageiros de algum trem...”. Então porque lutar tanto por posses, ou para enriquecer, sendo que nem sabemos se vamos acordar no outro dia.
A volta de Jesus está aí. Se a morte não nos tragar a volta de Jesus é certa (Atos 1.11). Não estou colocando em cheque a salvação, pois ela é de graça (Ef 2.8). Mas uma coisa é certa, nossas obras, tudo que tivermos feito ou não será colocado em balanças fiéis (Romanos 14.10).
Todo fim de ano é a mesma coisa pra mim, olho para um ano que passou e me faço a desconfortável pergunta: “Com o que me apresentarei diante de Deus?”.
Faça uma análise mais profunda da sua história de vida e pergunte a si mesmo: Valeu a pena? Jesus está alegre comigo? Posso me encontrar com ele nos ares com a consciência tranqüila de que fiz todo o possível pelo o reino de Deus? Seja sincero consigo mesmo e reveja todos os seus propósitos para o próximo ano.
Quero levar você a um salto radical para o próximo ano, tenha o propósito específico de estender o reino de Deus onde você estiver, e mantenha-se focado nele.
Pense comigo: O que nós pecadores, poderíamos fazer para arrancar um sorriso dos lábios de Jesus?
Pensando logicamente e pela palavra de Deus, chegamos à conclusão que Jesus ficaria muito alegre se levássemos junto conosco muitas pessoas. Na verdade esse é o bem mais precioso para Deus. Deus nos ama tanto que não quer que ninguém se perca (1 Pe 2.9).
João 3.16 retrata bem o amor que Deus tem por toda a raça humana. Tenho certeza que nada deixaria Jesus mais feliz do que ganharmos outros para o seu reino.
Para o próximo ano seja ousado nas suas metas e coloque em primeiro lugar o reino de Deus e sua justiça (Lc 12.31). Lance todas as suas ansiedades para o alto e viva um cristianismo autêntico, faça valer a pena a sua “passagem” nessa vida que é tão curta. Antes de formular seus objetivos para o próximo ano medite nas palavras de Jesus em Lc 12.22-34.
Muitas pessoas marcaram sua história aqui na terra e até hoje são lembrados com louvor. Desejo para mim e para você caro leitor, que marquemos nossa história nos céus, onde a vida é eterna.
(o Elienai é meu irmão e um verdadeiro servo de Deus. Tenho muito orgulho de ser seu irmão. Casado com Daiani, é personal trayner e congrega na AD do Bom Retiro Jlle SC)
http://www.personalelienai.blogspot.com/
Feliz 2011